sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ron Mueck, Escócia e etc.

Em 2006, quando viajei a Londres para ver o show da Madonna, aproveitei a oportunidade para visitar a Escócia (Scotland, the Brave), país que sempre tive vontade de conhecer depois que assisti o filme "Coração Valente" (um dos meus preferidos).
Na verdade, eu assisti este filme por causa de uma gincana do Grupo Escoteiro. Cada equipe representava um país e eu fiquei na equipe que representava a Escócia. Uma das tarefas era apresentarmos uma dança típica daquele país, e como eu era a lider da equipe, fui atrás para ver o que se dançava na Escócia.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Só gostaria de lembrar que na época em que isto aconteceu, não existia internet, ou se existia, não era tão acessível quanto hoje.

Não lembro quem me sugeriu que assistisse o filme. Fui a uma locadora e aluguei o VHS: na hora eu me assustei pois foi a primeira vez que aluguei um filme com 2 fitas. Posso dizer o seguinte: o filme ajudou a pensar num figurino. E só. De dança eu só vi 15 segundos e no fundo da imagem, como cenário. Para imitar os kilts, lembro que cada um da equipe dançou com um cobertor xadrez enrolado no corpo. Lembro-me de que na época eu percorri as lojas de cd em Blumenau para achar um CD de música escocesa (volto a lembrar que naquela época não tinha internet). Só achei na Brunetti e lembro que paguei caro pra caramba (quer dizer, meu pai pagou caro pra caramba). A apresentação foi legal, na medida do possível, mas não ganhamos a gincana. Em compensação tive o privilégio de assistir a um dos melhores filmes que vi na vida.
Desde então a Escócia e a história de William Wallace não saíram da minha cabeça. Quando tive oportunidade, fiz questão de passar por lá.
Eu conheci apenas Edinburgh (pronuncia-se edinbra), que é uma cidade linda. Vale a pena passar alguns dias percorrendo a Royal Mile, a cidade velha, descobrindo como se faz whisky e ouvindo as lendas do Monstro do Lago Ness (que na verdade é uma monstra, apelidada carinhosamente de Nessie).
Bom, este post foi inspirado num power point que recebi faz alguns anos (antes desta viagem), com as obras do artista Ron Mueck. Fiquei impressionada com o seu trabalho e, coincidentemente, quando eu estava em Edinburgh, ele estava expondo suas obras numa galeria lá. Lógico que eu não perdi a chance de ver o trabalho ao vivo, o que me deixou mais impressionada ainda. Abaixo coloquei as fotos que tirei na entrada - dentro não era permitido tirar fotos (tudo isto para obrigar você a comprar o livreto contendo as fotos das obras expostas). No arquivo abaixo vocês podem ver algumas obras dele. As que eu vi expostas em Edinburgh foram: as 2 velhinhas que aparecem no início, In Bed, Ghost, Wild Man, Man in the Boat e Couple. Tinham muitas outras, mas que não constam desta apresentação. Espero que vocês apreciem tanto quanto eu!



segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pergunta que não quer calar

Esta reportagem saiu hoje no UOL:

Brasil é 3º país onde mais se crê em Deus, mostra pesquisa

Com perdão da palavra: GRANDE MERDA. Eu pergunto de que adianta ser o terceiro país onde mais se crê em Deus se o brasileiro continua:
  • egoísta
  • tentando levar vantagem em tudo
  • sempre que pode, tentando dar uma de esperto e passar o outro pra trás
  • desonesto
  • se preocupando mais com o campeonato brasileiro de futebol do que com a política
  • achando o "jeitinho brasileiro" uma qualidade
  • agindo como no vídeo do post anterior.
Pode ser o terceiro país onde mais se crê em Deus, mas o brasileiro não vive como se acreditasse. Na verdade, somos um povo hipócrita.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Boicote a Arezzo


Eu nunca comprei nada nesta loja por 3 motivos:
1. Nunca achei um sapato que realmente me agradasse.
2. Ouvi rumores de que os sapatos não tem qualidade e logo desmontam e descolam.
3. O preço, salgado demais para tão pouca criatividade e qualidade.

Depois que vi esta campanha rolando na internet, as chances de eu comprar alguma coisa lá caíram para menos de zero.

Enfim, eu não sou vegetariana, mas procuro comprar produtos de empresas que não testam em animais e evito comprar coisas feitas de couro.

Acho uma verdadeira babaquice algumas críticas que ouvi (no facebook) dizendo que para defender alguma causa animal você tem que defender TODAS elas. Isto é, se você come carne, não deveria protestar contra o uso de peles. Na minha opinião isto é coisa de gente que pensa pequeno e que se acha dono da verdade.

Se fosse assim, todo biólogo deveria tratar bem os animais, por exemplo. E isto não acontece. Um exemplo é a cachorra que eu adotei: ela foi atropelada por um estudante de biologia, que sequer parou para socorre-la.

Além disto, conheço muito vegetariano que usa seus tênis, sapatos, carteiras e bolsas de couro. E o que acho pior: usam e abusam de produtos fabricados por empresas que realizam testes em animais, como por exemplo, a UNILEVER. Usam e abusam de Dove, que é fabricado às custas de sofrimento animal, mas saem por aí arrotando que não comem cadáver.

Cada um tem sua consciência e deveria conviver com ela sem se preocupar em julgar as atitudes do próximo. Não venham me encher o saco porque eu como carne e protesto contra o uso de peles. Vou continuar fazendo isto porque sou absolutamente contra estes absurdos que indústria da moda coloca como "in para a próxima estação". Por isto sou fã da Stella McCartney - alguns estilistas, algumas grifes e alguns artistas (dentre eles Madonna e Jennifer Lopez) deveriam aprender com ela que para ser chique não é necessário ser cruel.

PS: Logo depois que publiquei este post saiu a notícia de que a Arezzo vai recolher as peças com peles exóticas. Grande porcaria, já mataram os bichos. Como faz agora? Neste link está o comunicado oficial da marca. Na minha opinião, a emenda saiu pior que o soneto. Eles tem a cara de pau de dizer que não são responsáveis pelo debate da causa animal. Como não são se estão vendendo peles? Se você vende ou compra, já está se posicionando e tomando partido na discussão. Além disto, eles colocam: "(...) vimos por meio deste nos posicionar sobre o episódio envolvendo nossas peças com peles exóticas – devidamente regulamentadas e certificadas, cumprindo todas as formalidades legais que envolvem a questão (grifo meu)".
Achei super interessante esta frase, que nas entrelinhas quer dizer: olha gente, nós estamos vendendo peles que são regulamentadas. Os animais tiveram suas peles arrancadas seguindo todos os protocolos exigidos.

DONA AREZZO, vá plantar batatas. O estrago está feito e desejo que este descaso com a causa animal tenha custado muito caro. Se matar animais para tirar a pele é considerado por vocês uma "tendência de moda", graças a Deus que nossos conceitos são bem diferentes e por isto posso dizer: AREZZO, passarei sempre longe das suas portas e de seus produtos.


domingo, 17 de abril de 2011

Transporte Público

Aqui em Campinas eu não tenho carro nem bicicleta, então, o único jeito de andar por aí é a pé ou de ônibus. Os ônibus em Blumenau são uma porcaria e posso dizer que os de Campinas não ficam atrás.

Para começar, aqui em Barão Geraldo (distrito de Campinas) não tem ponto de ônibus. É isto mesmo: se você não é daqui, não vai saber onde pegar o busão. Não tem nenhuma marcação, nenhuma placa, absolutamente NADA indicando onde ficam os pontos. Na segunda-feira, eu estava voltando para casa e o próprio MOTORISTA não sabia onde ficavam os pontos. Um cara fez sinal para descer e ele parou num lugar onde não era o ponto. Aí o cobrador avisou que o ponto não era ali. Sabe o que o motorista respondeu? "Cobrador, você tem que me avisar onde são os pontos porque eu não sei. Estou fazendo esta linha pela primeira vez e não sei onde tenho que parar". Aí eu pensei: se nem o motorista sabe onde deve parar, que dirá os passageiros, né?

Outra coisa que ocorre frequentemente é o cobrador não ter troco para sua passagem. Você entrega uma nota de 10 reais para ele e ele simplesmente olha na sua cara e diz: não tenho troco. Aí você tem que ficar esperando até chegar alguém com trocado para conseguir passar pela catraca.

Algo muito especial do serviço de transporte público daqui é que os ônibus podem sair 5 minutos ANTES do horário estabelecido. Ou seja, se está marcado para o ônibus sair às 18h30 é melhor você estar lá às 18h20, porque ele pode sair às 18h25. Falando sério, nunca vi algo parecido. Atrasar a gente até tá acostumado, mas o ônibus sair ANTES do horário é muita sacanagem. Mas, os cobradores e motoristas acham isto muito normal.

Sobre a cordialidade, gentileza e responsabilidade só posso dar um exemplo: ontem, quando estava no terminal esperando meu ônibus sair, chegou uma pessoa com deficiência física perguntando se tinha algum ônibus que ia para o centro da cidade. Um rapaz do meu lado respondeu para ele que tinha um que estava saindo naquele momento. A pessoa saiu correndo com extrema dificuldade, afinal ela tinha uma deficiência física, e chegou na hora em que o ônibus fechou a porta. Ele bateu na lataria, mas o motorista simplesmente arrancou e foi embora. Uma gentileza pura! Desejo que ele tenha o mesmo tratamento quando precisar.

Os ônibus aqui são umas latas velhas, sem ar-condicionado e sem manutenção. Os motoristas não reduzem para passar nos buracos (que em Barão Geraldo tem aos milhões) e isto vai causando danos ao veículo. Quinta-feira, quando eu e o Rafa estávamos indo ao shopping, pegamos um ônibus nestas condições:

O encosto do ônibus estava totalmente quebrado de um lado.

Só para esclarecer: esta é a parte de trás do encosto.

Eu nem vou comentar muito sobre a lotação do busão, porque acho que é algo óbvio para quem usa o serviço. Veja como é legal: eles te cobram R$2,85 por passagem para você viajar como se fosse uma sardinha enlatada. Divertido, não? Da última vez que fui para o aeroporto (da minha casa até lá eu demoro 1h30 para chegar), o ônibus estava tão lotado que um rapaz passou mal e quase desmaiou. Tiveram que sentá-lo e o ônibus, depois que parou no ponto do aeroporto, onde eu desci, ia se dirigir ao centro médico do aeroporto para deixar o rapaz. Serviço bom, né?

Para não falar só coisa ruim, posso dizer que o site do EMDEC, empresa responsável por todo este serviço de qualidade que descrevi até aqui, tem um sistema de rotas no seu site. Se você precisa saber como chegar a algum lugar, é só informar o endereço de origem e o destino que ele informa as linhas que deve pegar, o ponto onde deve descer e alguns pontos de referência. Bem que o Seterb poderia copiar esta ideia porque pegar ônibus em Blumenau é uma aventura: quem não é da cidade com certeza se perde.

Eu tenho certeza que se o Prefeito de Campinas e o responsável pelo EMDEC tivessem que ir trabalhar TODO DIA de ônibus, no HORARIO DE PICO, as coisas seriam muito melhores. E o mesmo serve para Blumenau e o Seterb.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jesus Alegria dos Homens

O texto que recebi dizia que a música era de Beethoven, mas na verdade é de BACH. Adorei e imagino o trabalho que não deve ter dado se isto for mesmo verdade.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Terremoto no Ceará

O Governo Brasileiro instalou um

sistema de medição e controle de abalos sísmicos no

país. O Centro Sísmico Nacional, poucos dias após entrar

em funcionamento, já detectou que haveria um grande

terremoto no Nordeste.

Assim, enviou um telegrama à delegacia de polícia de

Icó, no Ceará, com a seguinte mensagem:

"Urgente.

Possível movimento sísmico na zona.

Muito perigoso. 7 na escala Richter.

Epicentro a 3km da cidade. Tomem medidas e informem resultados."

Somente uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu um telegrama que dizia:

"Aqui é da Polícia de Icó.

Movimento sísmico totalmente desarticulado.

Richter tentou fugir, mas foi abatido a tiros.

Desativamos a zona. Todas as putas estão presas.

Epicentro, Epifânio, Epicleison e os outros cinco irmãos estão detidos.

Não respondemos antes porque teve um terremoto da porra aqui !!!"

sábado, 9 de abril de 2011

Coincidência?

Estou lendo um livro que minha orientadora recomendou chamado "O Sentido dos sentidos - a educação (do) sensível" e o autor é João Francisco Duarte Júnior. No primeiro capítulo ele faz um retrospecto histórico de como a nossa sociedade chegou ao racionalismo que temos hoje e em sua concepção, isto começou na Idade Média.

Enfim, o assunto é interessante e acho que é um livro que vale a pena ler. Porém, o que me chamou a atenção foi uma citação que o autor faz do Fritjof Capra, que está extremamente atual apesar de este livro ter sido publicado em 2006. Lembrei-me na hora, do Japão:

"...o plutônio, assim chamado em homenagem a Plutão, o deus grego do inferno, é de longe o mais letal de todos os produtos do lixo atômico. Menos de um milionésimo de grama - uma dose invisível - é cancerígeno. Cerca de 500 gramas, se uniformemente distribuídos, poderiam induzir potencialmente o câncer pulmonar em todas as pessoas do nosso planeta. Diante desses fatos, é verdadeiramente aterrador sabermos que cada reator comercial produz de 200 a 250 quilos de plutônio por ano. Além disso, toneladas de plutônio são rotineiramente transportadas pelas rodovias e ferrovias norte-americanas e transitam por aeroportos."

(Fritjof Capra, O ponto de mutação, p. 238)

O Capra ainda fala que todos este lixo até hoje não é armazenado com total segurança e sua ação perdura por meio milhão de anos. E aí, o que fazemos agora?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Atenda o telefone

Comercial da Polícia Chilena

Entre neste link e encontre o telefone que está dentro do carro, movendo o mouse.

Quando encontrar, clique para atender.


domingo, 3 de abril de 2011

Vapur

Faz algum tempo, uma amiga minha foi para os EUA e encontrou um produto chamado VAPUR. A ideia deste produto é a de reduzir o consumo de garrafinhas de água. Pelo que pude ler, parece que os americanos são os que mais compram e consomem água engarrafada, o que acaba gerando muito lixo.

A ideia do VAPUR é bem simples: ele é um squeeze um pouco mais elaborado. O plástico é mole o que acaba tornando o produto muito fácil de carregar: ele ocupa pouco espaço quando está vazio, visto que pode ser dobrado, e quando está cheio de água ele se adapta e se molda no local onde for colocado. Além disto, ele tem um espaço para você colocar seu nome e vem com um mosquetão para você poder prender ele na mochila e carregar do lado de fora.

Ela me trouxe um de presente e eu gostei muito - carrego para todo lugar!

Se você estiver a fim de comprar, eles vendem para fora dos EUA, mas o frete fica mais caro que o próprio produto. Talvez compense reunir um grupo de amigos e fazer uma compra maior para diluir o frete. O site é este aqui http://vapur.us

Além de oferecer o produto em diversas cores e em tamanhos diferentes, você tem a possibilidade de comprar a tampinha em separado, caso aconteça algum acidente com a sua.

Não estou ganhando comissão para fazer propaganda do produto. Aliás, nem considero isto uma propaganda. É que achei a ideia tão legal e o produto tão bom que pensei ser útil compartilhar!

Abaixo seguem algumas fotos do meu Vapur!!!!



Nesta parte branca você pode colocar seu nome (ou o que achar melhor)

sábado, 2 de abril de 2011

Censo 3

Greenwashing, a 'lavagem verde'

Texto que recebi de um amigo e que achei extremamente importante e interessante.


Por Karina Haidar Müller

O uso e aplicação do termo "greenwashing" ainda é bastante tímido no cenário jurídico brasileiro, mas bem corriqueiro no mundo do marketing. Logo, dada a forte interação que existe entre ações de marketing e questões atinentes à propriedade intelectual, é bastante provável, ou certo, que, num futuro próximo, tal termo ganhe mais espaço nas discussões jurídicas.

O termo "greenwashing" foi inicialmente utilizado em 1986 pelo norte-americano Jay Westerveld. Ao observar as então novas práticas hoteleiras de encorajar o consumidor (hóspede, no caso) a reutilizar as toalhas e lençóis (ao invés de trocá-los diariamente, como se costumava fazer) sob o pretexto de que, com tal atitude, o hóspede estaria ajudando a "salvar o meio ambiente", Westerveld observou que tais práticas nada mais eram do que uma manobra para aumentar os lucros, pois, na realidade, a campanha de reutilização dos lençóis e toalhas era isolada e não havia nenhuma outra política ou ação efetivamente sustentável pelos hotéis.

Nos dias atuais, a definição geral de "greenwashing" segue essa mesma percepção inicial de Westerveld. Melhor traduzido para o vernáculo como "lavagem verde" (ou algo do gênero), pode-se definir a expressão como aquelas ações de marketing que visam propagar, de forma enganosa, que determinado produto, serviço ou política de uma empresa são "verdes", quer dizer, ecologicamente sustentáveis (environmentally friendly), quando, na realidade, não o são (seja total ou parcialmente). Considerando o forte apelo que os "produtos ecológicos" produzem nos consumidores, sobretudo atualmente, é muito mais fácil vender um produto ou serviço que carrega algum benefício ecológico, "verde", do que o contrário, haja vista a percepção do consumidor de "estar fazendo a sua parte na preservação do meio ambiente" quando adquire um produto ou serviço sustentável.

Fazer uso malicioso desse tipo de apelo acarreta, ao final, na obtenção indevida de uma margem de lucro maior do que aquela que porventura se obteria se tal artimanha não fosse aplicada. Sem falar na falsa e enganosa imagem que a empresa cria para angariar um espaço publicitário e mercadológico valorizado pelos consumidores. Às vezes, o greenwashing revela-se na omissão de informação relevante ao consumidor, passando uma imagem de ser uma empresa "verde" quando, na realidade, não o é. Por exemplo, uma empresa anuncia uma real prática ecologicamente sustentável sobre um determinado produto ou serviço, mas omite outra prática essencialmente destrutiva do meio ambiente ou, ainda, omite que tal produto, na essência, não é por completo sustentável, seja pelo processo produtivo ou degenerativo na natureza após o seu descarte. Em outras palavras, greenwashing é uma forma de ludibriar os consumidores para angariar benefício exclusivamente próprio, ao invés de beneficiar também o meio ambiente, como se propaga, com vistas a angariar mercado, valendo-se de imagem e valores que não condizem, em parte ou na totalidade, com suas práticas e valores, efetivamente.

Juridicamente, trata-se de uma publicidade enganosa, falsa. Considera-se que há cerca de seis apelos mais comuns na aplicação do greenwashing, conhecidos como os "pecados do greenwashing". Omissão dos malefícios, enfatizando apenas os benefícios, e falta de provas científicas nos supostos benefícios trazidos pelo produto; apelos vagos ou pouco críveis (do tipo, "não contém conservantes", sabendo-se que produtos industrializados necessitam de algum tipo de substância conservadora), são dois apelos constantes. Outro exemplo são as afirmações completamente falsas sobre a sustentabilidade de um produto e a irrelevância dos supostos benefícios trazidos pelo produto.

Há ainda aquele que se refere "dos males, o menor", para produtos que se sabe efetivamente fazerem mal ao ambiente ou à própria saúde, como, por exemplo, os cigarros orgânicos. A boa notícia para nós é que o Brasil foi considerado um dos países que menos pratica greenwashing. Estudos recentes revelaram que os nossos produtos são os que menos contêm apelos ecológicos enganosos nas suas embalagens em comparação aos demais. Mas isto não significa que não há práticas de greenwashing por aqui. Há sim, como em todos os outros países. É preciso monitorar a questão com bastante cuidado, pois a tendência a se preocupar com sustentabilidade ecológica (ou ao menos passar a impressão aos consumidores sobre tal preocupação) aumenta substancialmente a cada dia, o que pode fazer com que o greenwashing aumente no Brasil. Hoje, o nosso sistema jurídico está aparelhado para lidar e coibir esse tipo de ação, de publicidade enganosa.

Dispositivos da Constituição Federal, do Código Civil, do Código do Consumidor e, ainda, do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária podem ser invocados em medidas que visam coibir esse tipo de publicidade. Não obstante, a exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos e em alguns outros países, talvez seja necessário, com o tempo, regulamentar essas práticas por meio de normas específicas, a fim de evitar eventuais obscuridades ou mesmo regular de maneira mais precisa e abrangente as mais variadas formas de expressão que tal prática pode se manifestar.

Sabe-se que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) criou um grupo de estudos sobre o assunto, mas não se tem conhecimento de eventuais resultados e/ou recomendações. Há inúmeros casos que tratam de publicidade enganosa no Brasil, tanto na esfera do Conar quanto do Poder Judiciário, mas não se tem conhecimento de casos nos quais se reconheceu expressamente a prática do greenwashing no Brasil. O advogado tem papel preventivo extremamente relevante em casos de greenwashing e provavelmente será cada vez mais requisitado a orientar as empresas a adotarem medidas capazes de impedir tal prática, ajudando-as a saírem da margem de risco de serem enquadradas como greenwashers e evitar um impacto altamente negativo perante o mercado.

Karina Haidar Müller é advogada, sócia de Guarnera Advogados

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Casa de Allan Kardec

Eu estava lendo uns textos da Revista Espírita, e no ano de 1860, no mês de setembro, no Boletim publicado pela Sociedade Espírita, consta a seguinte informação: Os escritórios da REVISTA ESPÍRITA e o domicílio particular do Sr. ALLAN KARDEC foram transferidos para a Rua Sainte-Anne n. 59, travessa Sainte-Anne.
Pois é, lendo isto, fiquei muito curiosa e como não tenho grana para ir até Paris, resolvi verificar se o Google Maps poderia me dar uma ajudinha. Coloquei o endereço e fiz a busca. O resultado está abaixo. Seria a casa ao lado esquerdo do toldo vermelho. Será que foi ali um dos lugares onde morou Allan Kardec?
Coisas que só a tecnologia pode fazer pela gente!




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