Na segunda-feira fui assistir o filme Nosso Lar. AVISO: Se você que está lendo este post é um espírita fanático, um devoto do Chico Xavier, por favor, pare de ler por aqui porque o restante do post não vai te agradar. Bom, já que você continua lendo, só não venha reclamar depois que eu não avisei.
Eu li este livro pelo menos umas três vezes, mas já faz algum tempo. É um livro agradável, de fácil leitura, porém muitas dúvidas surgem se tomarmos tudo o que está ali relatado ao pé da letra.
É óbvio que o filme não relata exatamente o que está no livro. Algumas adaptações foram feitas e algumas coisas que estão no livro não aparecem no filme, como por exemplo a hora em que há uma luta entre os Espíritos de Nosso Lar e alguns espíritos baderneiros que tentam invadir a colônia. O pessoal de Nosso Lar defende o seu território da invasão com armas de choque. Eles atiram e a arma lança uma carga que dá um choque no Espírito atingido. Por que será que isto não apareceu no filme? Pelo menos assim ele teria um pouco mais de movimento...
Achei sem nenhum propósito terem colocado Emmanuel no filme. O Emmanuel NÃO aparece no livro Nosso Lar. Para mim isto é coisa de "Chiquista" que sempre precisa dar um jeito de idolatrar o falecido médium. Isto é totalmente sem propósito. Também é ridículo dizer que o filme foi baseado numa obra de Chico Xavier. Oras, para qualquer espírita deveria ser claro que a obra é de André Luiz (Espírito), e não do Chico, que foi simplesmente o médium - ele transmitiu para o papel o que o Espírito queria contar.
Outro ponto lamentável do filme é que em nenhum momento fala-se em Allan Kardec. Volto a dizer, Espiritismo só se aprende lendo as obras de Kardec. O resto são flores... Infelizmente a Federação Espírita Brasileira (FEB), patrocinadora do filme, não fez questão de mencionar o nome do codificador, deliberadamente ignorando-o. Colocaram o Emmanuel no filme, mas citar Kardec, nem pensar. Acredito que seja pelo fato de o nome Chico Xavier vender$ e render$ muito mais que o nome do codificador. Além disto, se as pessoas efetivamente começarem a estudar e compreender o Espiritismo vão parar para repensar muitas das orientações dadas por esta Instituição e questionar muitas das obras publicadas por sua editora. Volto a dizer: lamentável achar que se divulga Espíritismo desta forma.
Apesar destes poréns, o filme é bonito e muito bem feito. Só que acho que não serve para concorrer ao Oscar. Recebi 937.309.949.356 mensagens pedindo para votar neste filme para ser o representante brasileiro na premiação da academia, mas não o fiz. Primeiro porque acho um saco estas correntes pedindo este tipo de coisa. Acho que o Espiritismo seria melhor divulgado se falassem com maior propriedade de Kardec. Estudar seriamente ninguém quer, mas ficar lendo romances, histórias e enviando correntes, aí é bem mais fácil... Segundo, votei no filme sobre a vida do Chico Xavier, que achei muito melhor e de conteúdo mais interessante. Nosso Lar, visto por qualquer pessoa que não conheça o Espiritismo não passa apenas de um filme de ficção, tipo Jornada nas Estrelas, Star Wars, etc.
Vendo o filme, me lembrei de alguns questionamentos e apontamentos que fiz a mim mesma quando li o livro e gostaria de compartilhá-los:
1. Aeróbus - morrer e continuar andando de ônibus? Para mim isto é o fim da picada. Se existe transporte coletivo e tecnologia para fazer um aeróbus, por que cada um não pode ter seu carro? Definitivamente eu preferiria isto a ficar, mesmo depois de morta, dependendo de ônibus.
2. Bônus-hora - esta questão me incomoda bastante. Quem controla quantos bônus-hora cada trabalhador recebe? Existe salário mínimo? Onde são depositados os bônus-hora, em bancos? Há cartão de crédito, central 0800 para reclamações e este tipo de coisa? Além disto, se existem diversas colônias espirituais como afirma André Luiz, o bônus-hora tem o mesmo valor ou teríamos diferentes moedas com cotações diferentes? Teríamos enfim, um câmbio espiritual caso desejássemos visitar outras colônias? Conheço muitos espíritas que fazem trabalho voluntário já contabilizando os bônus-hora que estão ganhando. Acho que isto é muita loucura. Como eles têm certeza que vão para Nosso Lar?
3. Visita aos parentes na Terra - os Espíritos que desejavam rever os familiares que ficaram na Terra eram tidos como indisciplinados. O pessoal de Nosso Lar precisa de autorização para vir à Terra rever os entes amados. Sem isto eles podem se perder no Umbral. Agora pergunto: os Espíritos de Nosso Lar não são livres para ir e vir? Neste caso eu prefiro a Terra, porque aqui eu tenho liberdade de ir onde quiser. E os obsessores (Espíritos inferiores, maus)? Estes estão sempre ao nosso redor nos influenciando. Teriam eles mais liberdade que os Espíritos de Nosso Lar? Deus permite Espíritos maus ficarem perto dos encarnados de acordo com sua vontade, mas os bons precisam de permissão? Isto me parece o discurso de algumas religiões, que dizem que só os demônios se comunicam com os vivos enquanto os Espíritos bons ficam assistindo tudo de camarote.
4. Casas - para que um Espírito precisa de casa? Depois que um Espírito consegue adquirir uma casa em Nosso Lar, ele pode deixar de herança para os parentes que morrem quando chega a hora de ele reencarnar? Não teríamos aí uma questão de herança, patrimônio, inventário?Quando este espírito morrer novamente, ele terá que comprar uma nova casa ou ele ainda terá direito àquela que deixou para os parentes? Quem regulamenta isto? Há cartórios, advogados e alguma legislação específica para tratar desta questão da "propriedade" no mundo dos espíritos?
Na minha opinião, tudo o que André Luiz coloca são metáforas. Não podemos levar ao pé da letra, mas enfim, cada um acredita naquilo que pode ou consegue.
Descobriram que o tema espírita (mesmo que seja a coisa mais absurda e sem relação nenhuma com as idéias de Kardec) dá dinheiro. Resultado: teremos agora um "bum" de filmes com esta temática. Mais coisa vem vindo por aí. Ouvi comentários de que um dos próximos livros a virar filme seria o "E a vida continua", também ditado por André Luiz.
Seja o que Deus quiser...
5 comentários:
Oi Carol! Hoje fui assistir ao filme, concordo com suas considerações, mas estou com tendência a acreditar que as descrições do mundo espiritual não podem ser universalizadas, como se existisse "um único mundo espiritual"... Por isso, para aquele grupo do Nosso Lar, a lei era: precisa-se de autorização para visitar os parentes encarnados; e as pessoas aceitavam a idéia e isso vigorava entre eles.
Cada qual no seu mundo de idéia... cada louco com sua loucura rsrsrs
A mesma opinião que os habitantes do Nosso Lar têm do Umbral ("eles só vêem o que querem"), também os espíritos mais superiores aos de Nosso Lar devem olhar e dizer o mesmo... rsrs
Abraços!
Carolllllll vc é uma COMÉDIAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... e =u te adoro por isso!
Mto bom... rs
Bjs
Oi guria!
Sábado eu e o Fabiano também fomos assistir... além destes questionamentos, achamos pelo menos mais uma dúzia... kkk! Isto não é espiritismo... mas, se é patrocinado pela FEB "deve ser verdade" kkk!
Beijos!
Oi Carol,
Também li o livro e, ao assistir o filme, fiquei com a sensação de que faltou alguma coisa. O livro é riquíssimo e o roteirista poderia ter aproveitado mais.
O filme não tem como objetivo divulgar o Espiritismo (nem o livro), apenas transformar em filme essa belíssima história, que é o relato de uma pessoa sobre a sua vida no mundo espiritual (uma biografia post mortem), e, POR ACASO, o que é descrito encontra fundamento no Espiritismo, mas o livro não tem caráter doutrinário. Até porque A. Luiz não era espírita.
Achei pertinente terem colocado Emmanuel no filme, para que o público “não-espírita” entendesse como um livro, escrito no plano espiritual, chegou à Terra (afinal, foi Emmanuel quem apresentou A. Luiz ao Chico, e possibilitou que o livro fosse psicografado, e isso fica claro no filme).
Lendo seus apontamentos, atrevo-me a dar minha opinão:
1. Aeróbus – em tese, todos os espíritos têm a capacidade de volitar. Só que os espíritos recém-desencarnados demoram um pouco até dominar essa faculdade. Enquanto não aprendem, em Nosso Lar, podem contar com os aeróbus (melhor e mais organizado do que milhares de carros voando e causando engarrafamentos rsss). Em outras colônias, os meios de transporte devem ser diferentes (ou nem existir).
2. Bônus-hora - quem controla quantos bônus-hora cada um recebe é DEUS! Não há controle de “marcação de ponto” nos serviços espirituais. E os benefícios recebidos, em função dos bônus-horas acumulados, são avaliados de acordo com o seu merecimento. E somente Deus sabe o que merecemos. Cada um, encarnado ou desencarnado, recebe as graças Divinas de acordo com as suas obras. “Bônus-horas” é apenas o termo utilizado em Nosso Lar, significa o tempo dedicado à caridade.
3. Visita aos parentes na Terra – Todos os seres, encarnados ou desencarnados, possuem livre arbítrio. Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém. Há espíritos maus que, por vontade, permanecem presos à matéria (e, com certeza, além de nos perturbar, sofrem também... até o dia que resolvem “ir para luz”). Os bons são conduzidos às esferas mais elevadas, de acordo com o seu grau de evolução. Essas esferas são assistidas por espíritos superiores, que sabem o que é o melhor para nós e para o equilíbrio da humanidade. Logo, as visitas aos parentes só são permitidas, quando o espírito e seus familiares, estão preparados para isso, objetivando o seu princípio consolador. Já os espíritos bons têm passe livre, concedido por Deus. Eles estão sempre junto de nós, nos auxiliando. Basta mantermos nossos pensamentos positivos e o coração cheio de boa vontade para percebermos a sua boa influência. Nossos “anjos da guarda” são espíritos bons, que recebem essa missão de Deus. Pois é muito doloroso para um espírito bom conviver na densa esfera terrestre. Quando estão em missão, eles são preparados para não padecer com as influências negativas da Terra. É tudo uma questão de “energia”.
4. Casas – Em Nosso Lar, os espíritos possuem casas, porque é uma colônia espiritual com um grau de evolução mediano, ainda muito próximo da Terra. Os espíritos acolhidos em Nosso Lar, ainda precisam de uma certa “materialidade” para viver. Conforme os espíritos vão evoluindo, eles vão precisando cada vez menos das coisas materiais: alimentação, água, roupas, casas, ônibus, etc. Ao evoluírem os espíritos vão ficando menos densos, mais fluídos, mais quintessenciados... não mais necessitando comer, dormir, falar, andar, etc. Logo, em colônias espirituais mais elevadas, essas casas não existem. Em Nosso Lar, as casas são imitações das casas terrenas e os seus habitantes são reunidos por afinidade. Sempre que um familiar/amigo desencarnar, se ele for para Nosso Lar, ele será recebido na mesma residência dos seus. E como morrer e renascer é um processo constante, a casa sempre estará cheia! Jesus disse: daí de graça o que de graça recebeste. Logo, escrituras não são necessárias. rsss
Recomendo ler as continuações de Nosso Lar: Mensageiros e Missionários da luz, ambos de autoria de A. Luiz e também psicografados por Chico.
Oi Carol,
Também li o livro e, ao assistir o filme, fiquei com a sensação de que faltou alguma coisa. O livro é riquíssimo e o roteirista poderia ter aproveitado mais.
O filme não tem como objetivo divulgar o Espiritismo (nem o livro), apenas transformar em filme essa belíssima história, que é o relato de uma pessoa sobre a sua vida no mundo espiritual (uma biografia post mortem), e, POR ACASO, o que é descrito encontra fundamento no Espiritismo, mas o livro não tem caráter doutrinário. Até porque A. Luiz não era espírita.
Achei pertinente terem colocado Emmanuel no filme, para que o público “não-espírita” entendesse como um livro, escrito no plano espiritual, chegou à Terra (afinal, foi Emmanuel quem apresentou A. Luiz ao Chico, e possibilitou que o livro fosse psicografado, e isso fica claro no filme).
Lendo seus apontamentos, atrevo-me a dar minha opinão:
1. Aeróbus – em tese, todos os espíritos têm a capacidade de volitar. Só que os espíritos recém-desencarnados demoram um pouco até dominar essa faculdade. Enquanto não aprendem, em Nosso Lar, podem contar com os aeróbus (melhor e mais organizado do que milhares de carros voando e causando engarrafamentos rsss). Em outras colônias, os meios de transporte devem ser diferentes (ou nem existir).
2. Bônus-hora - quem controla quantos bônus-hora cada um recebe é DEUS! Não há controle de “marcação de ponto” nos serviços espirituais. E os benefícios recebidos, em função dos bônus-horas acumulados, são avaliados de acordo com o seu merecimento. E somente Deus sabe o que merecemos. Cada um, encarnado ou desencarnado, recebe as graças Divinas de acordo com as suas obras. “Bônus-horas” é apenas o termo utilizado em Nosso Lar, significa o tempo dedicado à caridade.
3. Visita aos parentes na Terra – Todos os seres, encarnados ou desencarnados, possuem livre arbítrio. Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém. Há espíritos maus que, por vontade, permanecem presos à matéria (e, com certeza, além de nos perturbar, sofrem também... até o dia que resolvem “ir para luz”). Os bons são conduzidos às esferas mais elevadas, de acordo com o seu grau de evolução. Essas esferas são assistidas por espíritos superiores, que sabem o que é o melhor para nós e para o equilíbrio da humanidade. Logo, as visitas aos parentes só são permitidas, quando o espírito e seus familiares, estão preparados para isso, objetivando o seu princípio consolador. Já os espíritos bons têm passe livre, concedido por Deus. Eles estão sempre junto de nós, nos auxiliando. Basta mantermos nossos pensamentos positivos e o coração cheio de boa vontade para percebermos a sua boa influência. Nossos “anjos da guarda” são espíritos bons, que recebem essa missão de Deus. Pois é muito doloroso para um espírito bom conviver na densa esfera terrestre. Quando estão em missão, eles são preparados para não padecer com as influências negativas da Terra. É tudo uma questão de “energia”.
4. Casas – Em Nosso Lar, os espíritos possuem casas, porque é uma colônia espiritual com um grau de evolução mediano, ainda muito próximo da Terra. Os espíritos acolhidos em Nosso Lar, ainda precisam de uma certa “materialidade” para viver. Conforme os espíritos vão evoluindo, eles vão precisando cada vez menos das coisas materiais: alimentação, água, roupas, casas, ônibus, etc. Ao evoluírem os espíritos vão ficando menos densos, mais fluídos, mais quintessenciados... não mais necessitando comer, dormir, falar, andar, etc. Logo, em colônias espirituais mais elevadas, essas casas não existem. Em Nosso Lar, as casas são imitações das casas terrenas e os seus habitantes são reunidos por afinidade. Sempre que um familiar/amigo desencarnar, se ele for para Nosso Lar, ele será recebido na mesma residência dos seus. E como morrer e renascer é um processo constante, a casa sempre estará cheia! Jesus disse: daí de graça o que de graça recebeste. Logo, escrituras não são necessárias. rsss
Recomendo ler as continuações de Nosso Lar: Mensageiros e Missionários da luz, ambos de autoria de A. Luiz e também psicografados por Chico.
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