quarta-feira, 18 de maio de 2011

Nota de repúdio às piadas de mau gosto do “humorista” Rafinha Bastos

Uma amiga minha mandou este texto via twitter e achei que valia a pena compartilhar. Não acho que violência seja tema de piada, principalmente quando é o "estupro". Na minha opinião, este é um dos piores crimes que se pode cometer. Depois que li o livro "Sorte: um caso de estupro", da escritora Alice Sebold, consegui entender melhor como se sentem as mulheres que sofrem este tipo de violência. A autora conta o que se passou com ela depois que foi vítima de um estupro. É um relato chocante, que mostra como as vítimas precisam de coragem para enfrentar e superar, se possível, o trauma. Se acontecesse com a esposa ou filha do tal Rafinha Bastos, duvido que ele faria piada.

















Data: 11/05/2011

A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) vem a público manifestar sua indignação pela maneira como o “humorista” Rafinha Bastos, da TV Bandeirantes, faz piadas com os temas estupro, aborto, doenças e deficiência física. Segundo a edição desse mês da Revista Rolling Stone, durante seus shows de stand up, em São Paulo, ele insulta as mulheres ao contar anedotas sobre violência contra as mulheres.“Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço”. Isso não é humor, é agressão gratuita, sem graça, dita como piada. É lamentável que uma pessoa - considerada pelo jornal The New York Times como a mais influente do mundo no twitter -, expresse posições tão irresponsáveis e preconceituosas. Estupro é crime hediondo e não requer, em nenhuma hipótese, abordagem jocosa e banalizada.

Vale lembrar que qualquer mulher forçada a atos sexuais, por meio de violência física ou ameaça, tem seus direitos violados. Não há diferenciação entre as vítimas e, tampouco, a gravidade e os danos deste crime diminuem de acordo com quaisquer circunstâncias da agressão. Assim, a SPM condena a banalização de tais preconceitos e, como organismo que visa, sobretudo, enfrentar a desigualdade para promover a igualdade entre os gêneros, a Secretaria repudia esse tipo de “humor” e qualquer forma de violação dos direitos das mulheres. Humor inteligente e transgressor não se faz com insultos e nem preconceitos. A sociedade não quer voltar à era da intolerância e, sim, dar um passo adiante.

Secretaria de Políticas para as Mulheres

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