sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Adeus ano velho


Fui procurar no Santo Google algo legal para colocar aqui sobre o Ano Novo. Achei coisas interessantes na Wikipédia:



"O Ano-Novo ou Réveillon é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Todas as culturas que têm calendários anuais celebram o "Ano-Novo". A celebração do evento é também chamadaréveillon, termo oriundo do verbo francês réveiller, que em português significa "despertar".

A comemoração ocidental tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1 de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces - uma voltada para frente e a outra para trás."


A Escócia tem uma tradição de Ano Novo muito peculiar:

"Na Escócia há muitos costumes especiais associados ao Ano-Novo - como a tradição de ser a primeira pessoa a pisar a propriedade do vizinho, conhecida como first-footing (primeira pisada). São também dados presentes simbólicos para desejar boa sorte, incluindo biscoitos."

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Diferença entre original e a cópia

Um jovem noviço chegou ao monastério e lhe deram a tarefa de ajudar os outros monges a transcrever os antigos cânones e regras da Igreja.

Ele se surpreendeu ao ver que os monges faziam seu trabalho a partir de cópias e não dos manuscritos originais.

Foi falar com o abade e explicou que, se alguém cometesse um erro na primeira cópia, esse erro se propagaria em todas as cópias posteriores.

O abade lhe respondeu que há séculos copiavam da cópia anterior, mas que achava procedente a observação do noviço.

Na manhã seguinte, o abade desceu até as profundezas da caverna no porão do monastério, onde eram conservados os manuscritos e pergaminhos originais intocados há muitos séculos.

Passou-se a manhã, a tarde, depois a noite, sem que desse sinal de vida.

Preocupado, o jovem noviço decidiu descer e ver o que estava acontecendo.

Encontrou o abade completamente descontrolado, com as vestes rasgadas, batendo a cabeça nos veneráveis muros.

Espantado, o jovem monge perguntou:


-- Abade, o que aconteceu?

-- Aaaaaaaahhhhhhhhhh!!!
CARIDADE...CARIDADE!!!
Eram votos de "CARIDADE" que tínhamos que fazer.
E não de "CASTIDADE"!!!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

A advogada e o surdo-mudo

Um chefão da Máfia descobriu que seu contador havia desviado dez milhões de dólares do caixa.

O contador era surdo-mudo, por isto fora admitido, pois nada poderia ouvir e em caso de um eventual processo, não poderia depor como testemunha.

Quando o chefão foi dar um arrocho nele sobre os US$10 milhões, levou junto sua advogada, que sabia a linguagem de sinais dos surdos-mudos.

O chefão perguntou ao contador:

- Onde estão os U$10 milhões que você levou?

A advogada, usando a linguagem dos sinais, transmitiu a pergunta ao contador que logo respondeu (em sinais):

- Eu não sei do que vocês estão falando.

A advogada traduziu para o chefão:

- Ele disse não saber do que se trata.

O mafioso sacou uma pistola 45 e encostou-a na testa do contador, gritando:

- Pergunte a ele de novo!

A advogada, sinalizando, disse ao infeliz:

- Ele vai te matar se você não contar onde está o dinheiro!

O contador sinalizou em resposta:

- OK, vocês venceram, o dinheiro está numa valise marrom, de couro, que está enterrada no quintal da casa de meu primo Enzo, no nº 400, da Rua 26, quadra 8, no bairro Santa Marta!

O mafioso perguntou para advogada:

- O que ele disse?

A advogada respondeu:

- Ele disse que não tem medo de Viado e que você não é macho o bastante para puxar o gatilho, seu Corno!!!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Nesta véspera de Natal, um pouco de filosofia Calviniana!

Natal é sempre é uma época difícil para o Calvin! Adoro as discussões filosóficas que ele tem com Haroldo. Esta sobre a relatividade do Bem e do Mal é ótima!

Fiquem com ela.

Estes são meus votos de FELIZ NATAL a todos que passam por aqui!


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O testamento de Beethoven

"O Testamento de Heilingenstadt é um documento escrito por Ludwig van Beethoven, datado de 1802. Trata-se de uma carta manuscrita, originalmente destinada aos dois irmãos Caspar Anton Carl van Beethoven (1774-1815) e Nicolaus Johann van Beethoven (1776-1848), e que nunca lhes foi enviada – e que ficou guardada numa gaveta da sua secretária em Viena, encontrada só depois da sua morte – , onde reflete, desesperado, a tragédia da sua surdez. Beethoven encontrava-se, por recomendação médica, a descansar na pequena aldeia de Heilingenstadt, perto de Viena, e aí teve uma profunda crise depressiva, cogitando seriamente o suicídio. Era um pensamento forte e recorrente. O que o fez mudar de ideias? “Foi a arte, e apenas ela, que me reteve. Ah, parecia-me impossível deixar o mundo antes de ter dado tudo o que ainda germinava em mim!”, escreveu na carta. A sinfonia nº 3, «Eroica» – a sua primeira obra monumental – aparece depois da crise fundamental de Heilingenstadt." (Fonte: Wikipedia.org)


Lendo este documento consegui entender melhor alguns aspectos da vida e da personalidade de Beethoven, que me fizeram admirar ainda mais sua grande alma!


"Ó homens que me tendes em conta de rancoroso, insociável e misantropo, como vos enganais. Não conheceis as secretas razões que me forçam a parecer deste modo. Meu coração e meu ânimo sentiam-se desde a infância inclinados para o terno sentimento de carinho e sempre estive disposto a realizar generosas acções; porém considerai que, de seis anos a esta parte, vivo sujeito a triste enfermidade, agravada pela ignorância dos médicos. Iludido constantemente, na esperança de uma melhora, fui forçado a enfrentar a realidade da rebeldia desse mal, cuja cura, se não for de todo impossível, durará talvez anos! Nascido com um temperamento vivo e ardente, sensível mesmo às diversões da sociedade, vi-me obrigado a isolar-me numa vida solitária. Por vezes, quis colocar-me acima de tudo, mas fui então duramente repelido, ao renovar a triste experiência da minha surdez!

Como confessar esse defeito de um sentido que devia ser, em mim, mais perfeito que nos outros, de um sentido que, em tempos atrás, foi tão perfeito como poucos homens dedicados à mesma arte possuíam! Não me era contudo possível dizer aos homens: “Falai mais alto, gritai, pois eu estou surdo”. Perdoai-me se me vedes afastar-me de vós! Minha desgraça é duplamente penosa, pois além do mais faz com que eu seja mal julgado. Para mim, já não há encanto na reunião dos homens, nem nas palestras elevadas, nem nos desabafos íntimos. Só a mais estrita necessidade me arrasta à sociedade. Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava!

Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou! Pareceu-me impossível deixar o mundo antes de haver produzido tudo o que eu sentia me haver sido confiado, e assim prolonguei esta vida infeliz. Paciência é só o que aspiro até que as parcas inclementes cortem o fio de minha triste vida. Melhorarei, talvez, e talvez não! Mas terei coragem. Na minha idade, já obrigado a filosofar, não é fácil, e mais penoso ainda se torna para o artista. Meu Deus, sobre mim deita o Teu olhar! Ó homens! Se vos cair isto um dia debaixo dos olhos, vereis que me julgaste mal! O infeliz consola-se quando encontra uma desgraça igual à sua. Tudo fiz para merecer um lugar entre os artistas e entre os homens de bem.

Peço-vos, meus irmãos (Karl e Johann) assim que eu fechar os olhos, se o professor Schimith ainda for vivo, fazer-lhe em meu nome o pedido de descrever a minha moléstia e juntai a isto que aqui escrevo para que o mundo, depois de minha morte, se reconcilie comigo. Declaro-vos ambos herdeiros de minha pequena fortuna. Reparti-a honestamente e ajudai-vos um ao outro. O que contra mim fizestes, há muito, bem sabeis, já vos perdoei. A ti, Karl, agradeço as provas que me deste ultimamente. Meu desejo é que seja a tua vida menos dura que a minha. Recomendai a vossos filhos a virtude. Só ela poderá dar a felicidade, não o dinheiro, digo-vos por experiência própria. Só a virtude me levantou de minha miséria. Só a ela e à minha arte devo não ter terminado em suicídio os meus pobres dias. Adeus e conservai-me vossa amizade.

Minha gratidão a todos os meus amigos. Sentir-me-ei feliz debaixo da terra se ainda vos puder valer. Recebo com felicidade a morte. Se ela vier antes que realize tudo o que me concede minha capacidade artística, apesar do meu destino, virá cedo demais e eu a desejaria mais tarde. Entretanto, sentir-me-ei contente pois ela me libertará de um tormento sem fim. Venha quando quiser, e eu corajosamente a enfrentarei.

Adeus e não vos esqueçais inteiramente de mim na eternidade. Bem o mereço de vós, pois muitas vezes, em vida, preocupei-me convosco, procurando dar-vos a felicidade.

Sede felizes!

Helligenstadt, 6 de Outubro de 1802.

Ludwig van Beethoven.





sábado, 18 de dezembro de 2010

Sticky and Sweet Tour

Faz exatamente dois anos que eu estava na pista VIP prestigiando mais um show da Madonna. Tomara que a próxima turnê venha logo!

O meu braço é o de baixo! O outro é da minha amiga Paty!













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Adote um pet neste Natal

Campanha mostra ex-cães abandonados esbanjando felicidade enquanto se preparam para o Natal em seus novos lares.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como dobrar lençol com elástico

O Rafa tem uma técnica parecida, que funciona bem. Esta dica do vídeo também é muito legal. Eu não faço nenhum dos dois. A minha técnica é: enrolar tudo na mão e tacar dentro do guarda-roupa, num lugar bem fundo para minha mãe não ver!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ludwig van Beethoven


Hoje, 240 anos do seu nascimento. Ele é um dos meus compositores preferidos. Não vou ficar aqui falando e discorrendo sobre ele, pois qualquer pesquisa no Google faz isto muito melhor que eu. Porém deixo aqui uma frase que li e que acho bem representativa desta grande alma:

"O resumo de sua obra é a liberdade", observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida."

Este era Beethoven.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Perdida e não localizada, NUNCA MAIS!

Faz pelo menos uns 9 meses que moro aqui em Campinas. Resolvi tomar vergonha na cara e ir atrás de um mapa para conhecer um pouco melhor a cidade. É muito chato ouvir as pessoas falarem dos bairros e você nem saber para que lado fica o lugar. Também precisava saber quais as cidades vizinhas, como Paulínia e Vinhedo, e sua localização.
Resolvi meu problema um belo dia quando estava no aeroporto. Lá tem o típico balcão de informações turísticas que toda cidade tem (ou deveria ter). Consegui um mapa de Campinas e colei na parede do meu quarto, onde está minha escrivaninha. Ele tem os pontos turísticos da cidade e os mapas de três distritos (que são quatro no total), dentre eles o de Barão Geraldo, que é onde eu moro. Agora, quando tenho alguma dúvida de localização é só recorrer ao meu simpático mapa! Vejam se não ficou legal:



terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Rosie: um resgate no deserto

No twitter eu sigo o @ANDAnews, uma Agência de Notícias de Direitos Animais
(http://www.anda.jor.br). Dia desses eles postaram um link com um vídeo sobre o resgate de uma cadelinha que foi abandonada em pleno deserto. Ela foi salva por causa de um cartaz que uma senhora colocou quando a viu lá e não conseguiu resgatá-la. Ele criou uma rede solidária que possibilitou o resgate da cadelinha.
Aqui é possível assistir o vídeo. Recomendo, pois não tem cenas tristes e o final é feliz!
O cartaz que salvou a vida de Rosie pode ser visto aqui.


sábado, 11 de dezembro de 2010

No clima do Natal

Ontem eu e o Rafael fomos à 25 de Março fazer umas compras de Natal. Meu objetivo era comprar alguns enfeites para a casa e acabei saindo de lá com uma árvore de Natal e várias coisas para pendurar nela.
Eu adoro Natal e esta época de fim de ano. Acho muito divertido decorar a casa e se preparar para a grande noite, comprando presentes, pensando nos convidados e nos pratos a serem feitos. É uma época muito legal e parece que o bom sentimento surge no coração das pessoas quando elas estão confraternizando e desejando, umas às outras, um Feliz Natal.
De minha parte, desejo um Feliz Natal a todos com um vídeo que recebi da minha amiga Eva.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ainda no clima da campanha contra a AIDS



Tecnologia

Recebi da minha mãe...

Haroldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:
- Moça, vocês têm pen drive?

- Temos, sim.
- O que é pen drive? Pode me esclarecer? Meu filho me pediu para comprar um.
- Bom, pen drive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.
- Ah, como um disquete...
- Não. No pen drive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes.
O disquete, que nem existe mais, só salva texto.
- Ah, tá bom. Vou querer.
- Quantos gigas?
- Hein?
- De quantos gigas o senhor quer o seu pen drive?
- O que é giga?
- É o tamanho do pen.
- Ah, tá. Eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso sem fazer muito volume.
- Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.
- Ah, tá. E quantos tamanhos têm?
Dois, quatro, oito, dezesseis gigas...
- Hmmmm, meu filho não falou quantos gigas queria.
- Neste caso, o melhor é levar o maior.
- Sim, eu acho que sim. Quanto custa?
- Bem, o preço varia conforme o tamanho. A sua entrada é USB?
- Como?
- É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível.
- USB não é a potência do ar condicionado?
- Não, aquilo é BTU.
- Ah! É isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.
- USB é assim ó: com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador.
O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo.
- He he he! O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.
- Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete. Lembra do disquete?
Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso.
O meu primeiro computador funcionava com aqueles disquetes do tipo bolacha,
grandões e quadrados. Era bem mais simples, não acha?
- Os de hoje nem têm mais entrada para disquete. Ou é CD ou pen drive.
- Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.
- Quem sabe o senhor liga pra ele?
- Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que
ainda não aprendi a discar.
- Deixa eu ver. Poxa, um Smarthphone! Este é bom mesmo! Tem Bluetooth, woofle,
brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, filmadora,
radio AM/FM, TV, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo direcional, micro-ondas e
conexão wireless.
- Micro-ondas? Dá para cozinhar nele?
- Não senhor. Assim o senhor me faz rir. É que ele funciona no sub-padrão,
por isso é muito mais rápido.
- E Bluetooth? Estou emocionado. Não entendo como os celulares anteriores
não possuíam Bluetooth.
- O senhor sabe para que serve?
- É claro que não.
- É para um celular comunicar com outro, sem fio.
- Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se
comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei fio para ligar para outro celular.
Fio em celular, que eu saiba, é apenas para carregar a bateria...
- Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo.

Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para outro, sem usar fio.
Lista de telefones, por exemplo.
- Ah, e antes precisava fio?
- Não, tinha que trocar o chip.
- Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip...
- Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.
- Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?
- Momentinho... Deixa eu ver... Sim, tem chip.
- E faço o quê, com o chip?
- Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.
- Sei, sim, portabilidade, não é?, claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples?
Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses,
eu só preciso clicar nuns duzentos botões...
- Nããão! É tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho?
Anote aqui o número dele. Isso. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão
verde... pronto, está chamando.
Haroldo segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares,
para um outro planeta:
- Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome?
Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura. Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.
- Que idade tem seu filho?
- Vai fazer dez em março.
- Que gracinha...
- É isso moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.
- Certo, senhor. Quer para presente?
Mais tarde, no escritório, examinou o pen drive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro,
capaz de gravar filmes? Onde iremos parar? Olha, com receio, para o celular sobre a mesa.
"Máquina infernal", pensa.
Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos,
um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou
tenha a infelicidade de ter mais de quarenta, saberá compreender.
Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona.
O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse,
abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um 'havy metal'
infernal invade o quarto e os ouvidos de Haroldo.
Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:
- Pronto, pai, baixei a música. Agora eu levo o pen drive para qualquer lugar e
onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu celular, por exemplo.
- Teu celular tem entrada USB?
- É lógico. O teu também tem.
- É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?
- Se o senhor não quiser baixar direto da internet...
Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo em Clarinha e disse:
- Sabe que eu tenho Bluetooth?
- Como é que é?
- Bluetooth. Não vai me dizer que não sabe o que é?
- Não enche, Haroldo, deixa eu dormir.
- Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador,
toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?
- Claro que lembro, Haroldo. Hoje é bem melhor, né?
Várias coisas numa só, até Bluetooth você tem.
- E conexão USB também.
- Que ótimo, Haroldo, meus parabéns.
- Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido.
Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.
- Ué? Por quê?
- Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.
- Por falar nisso temos que trocar nossa televisão.
- Ué? A nossa estragou?
- Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.
- Tudo isso?
- Tudo. Boa noite, Haroldo, vai dormir.