A indiferença custa caro

Enquanto maltratavam animais ninguém se pronunciou. Foi só depois que alguns protetores foram agredidos e uma ameaça de boicote à cidade de Pomerode surgiu que os empresários decidiram se mobilizar para suspender o evento da Puxada.

Antes tarde do que nunca, mas infelizmente o que os motiva é a questão financeira e não o respeito aos animais. Por que não se manifestaram antes? O prefeito da cidade, Sr. Paulo Maurício Pizzolatti, disse que lavava as mãos com relação ao evento, mas depois de ver o estrago, resolveu tomar providências. Volto a dizer, torturar animais pode, DESDE QUE não mexa no bolso desta gente.

Infelizmente a indiferença deles custou caro e somente agora resolveram se mexer para acabar com esta atividade imbecil (espero que para sempre e não temporariamente, como afirma a reportagem). Antes tarde do que nunca. 

Fica o consolo para o pessoal das ONGs agredidas: o seu protesto não foi em vão. Parabéns pela atitude e pela coragem.

Agora só falta acabarmos com os rodeios, touradas, rinhas e outras atividades de tortura animal. 

Ah, e fica mais uma lição. Pensar bem na hora de votar. Será que queremos reeleger políticos omissos? Observem, lembrem a analisem as atitudes de todos os políticos que se apresentam para que a escolha seja a melhor (se é que isto é possível).

Segue a reportagem do Santa (http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,180,2878921,14540)

"Empresários reagem à puxada

Repercussão negativa da violência em Pomerode traz prejuízos ao setor turístico

Por telefone, uma mulher solicita à atendente a reserva de hospedagem de três dias para dois casais alemães. Menos de uma hora depois, volta a ligar para cancelar o pedido e avisar que a desistência está ligada à pancadaria de domingo, durante a puxada de cavalos, definida como “atrocidade” pela cliente estrangeira. O episódio vivido segunda-feira pela gerente da Pousada Max, no Centro, indica a repercussão negativa no Brasil e no Exterior da violência na cidade reconhecida pelas tradições germânicas. Para evitar que as agressões durante a competição de cavalos manchem mais a imagem do município, empresários ligados ao turismo pedem a proibição temporária da puxada.

A manifestação é liderada pela Associação Visite Pomerode, que reúne cerca de 30 empresários do setor turístico, entre proprietários de hotéis, restaurantes e empresas ligadas ao segmento, com o objetivo de fomentar o turismo na cidade. A entidade está preocupada com os reflexos do fato. Defende que os responsáveis sejam punidos.

– Pedimos para que não ocorra outra puxada sem que antes haja uma nova discussão. É o momento de tentar conter danos à imagem do município – entende o presidente da associação, Ivan Blumenschein.

O prefeito Paulo Pizzolatti (PP) convocou uma reunião com empresários para discutir a puxada, ontem de manhã. Depois do encontro, o prefeito reforçou que há uma autorização do Ministério Público e da Justiça para que a puxada ocorra, mas não escondeu a preocupação com os atos de boicote à cidade.

– Há um sentimento de revolta, dando a impressão de que o comportamento de domingo é generalizado. Ninguém compactua com atos de violência. Um pequeno grupo não vai arranhar a imagem da cidade – defendeu o prefeito.

No fim da tarde, em comunicado, a prefeitura afirmou que é contra qualquer tipo de violência e lembrou que as normas para a promoção da puxada foram elaboradas por uma equipe composta por três veterinários e foram autorizadas pelo Ministério Público."

Reportagem de Magali Moser